
Os rins são verdadeiras centrais de equilíbrio do corpo. Quando estão saudáveis, trabalham 24 horas por dia para manter o bom funcionamento do organismo. Preservar a sua saúde renal é essencial para viver com energia, bem-estar e qualidade de vida.
Quais as funções dos rins?
- Filtram o sangue, eliminando toxinas e resíduos do metabolismo (como a ureia e a creatinina);
- Regulam o equilíbrio de líquidos e sais minerais, como sódio, potássio e cálcio;
- Produzem a eritropoietina, uma hormona essencial para a formação dos glóbulos vermelhos;
- Ativam a vitamina D, fundamental para manter os ossos fortes;
- Ajudam a controlar a tensão arterial;
- Mantêm o equilíbrio químico do corpo, prevenindo desequilíbrios perigosos;
- Contribuem para o crescimento saudável das crianças, regulando a produção de hormonas.
A doença renal crónica é uma doença progressiva que afeta os rins, muitas vezes sem provocar sintomas nas fases iniciais. Este carácter silencioso pode atrasar o diagnóstico e comprometer a saúde renal sem que a pessoa se aperceba.
Em Portugal, estima-se que a DRC afete cerca de 9,8% da população adulta, o que corresponde a aproximadamente um milhão de pessoas. Este valor está em linha com a média internacional, que varia entre 8% e 10% da população mundial.
À medida que a doença evolui, os rins perdem gradualmente a sua capacidade de filtrar o sangue e eliminar toxinas e resíduos do organismo. Nos estágios mais avançados, esta perda de função pode levar à insuficiência renal terminal, exigindo a realização de diálise ou a realização de um transplante renal.
Portugal destaca-se também por ter uma das maiores taxas de pessoas em tratamento de substituição da função renal na Europa, com mais de 13.000 doentes em hemodiálise.
Na DaVita, temos como missão apoiar cada pessoa no seu percurso de tratamento com soluções personalizadas, equipas clínicas dedicadas e um compromisso contínuo com a qualidade de vida dos nossos doentes.
Estádios da Doença Renal Crónica
A doença renal crónica (DRC) evolui ao longo do tempo e está dividida em cinco estádios, de acordo com o grau de função dos rins. Estes estádios ajudam médicos e doentes a compreender melhor o estado da função renal e a decidir o tratamento mais adequado.
À medida que os estádios avançam, os rins perdem gradualmente a sua capacidade de filtrar o sangue, podendo evoluir para insuficiência renal terminal. Neste ponto, os rins funcionam a menos de 10 a 15% da sua capacidade, sendo necessário iniciar diálise ou ponderar um transplante renal.


Causas e Fatores de Risco
A Doença Renal Crónica está frequentemente associada a outras condições de saúde que, com o tempo, afetam a função dos rins.
As principais causas em Portugal:
- Diabetes mellitus: responsável por 31,3% dos novos casos de DRC;
- Hipertensão arterial: associada a 11,2% dos diagnósticos.
Estas duas condições, quando mal controladas, danificam progressivamente os rins. A diabetes afeta os vasos sanguíneos renais, enquanto a hipertensão força o rim a trabalhar excessivamente, provocando lesões. Ambas podem levar à insuficiência renal se não forem tratadas.
Outros fatores de risco importantes:
- Histórico familiar de doença renal;
- Obesidade;
- Glomerulonefrites crónicas;
- Doenças renais hereditárias.
Sintomas da Doença Renal Crónica
A doença é muitas vezes silenciosa. Nas fases iniciais, pode não apresentar qualquer sintoma, o que dificulta o diagnóstico precoce. Por isso, é fundamental estar atento e fazer rastreios regulares, sobretudo se pertence a um grupo de risco.
À medida que a DRC progride, podem surgir sinais como:
- Fadiga ou cansaço persistente, mesmo após descanso;
- Inchaço nas pernas, tornozelos ou pés, devido à retenção de líquidos;
- Alterações na urina, como mudanças na frequência, cor, espuma ou presença de sangue;
- Perda de apetite e náuseas, muitas vezes acompanhadas de mal-estar geral;
- Comichão na pele, sem causa aparente.
Estes sintomas podem ser facilmente confundidos com outras condições. Se notar algum deles de forma persistente, fale com o seu médico e peça uma avaliação da função renal.
Deteção Precoce: O Primeiro Passo para Cuidar dos Rins
Como a DRC pode evoluir de forma silenciosa durante anos, muitas pessoas só descobrem que têm a doença quando esta já se encontra em estádios avançados.
A boa notícia?
A DRC pode ser identificada através de exames simples e rápidos, como:
- Análises ao sangue, que avaliam a creatinina e a taxa de filtração glomerular (TFG);
- Exames de urina, como a pesquisa de proteinúria (proteína na urina).
Estes exames permitem detetar alterações na função renal antes do aparecimento de sintomas, aumentando as hipóteses de controlo e qualidade de vida.
Quem deve fazer rastreios com regularidade?
- Pessoas com diabetes mellitus;
- Pessoas com hipertensão arterial;
- Pessoas com excesso de peso ou obesidade;
- Pessoas que têm histórico familiar de doença renal.
Se pertence a um destes grupos, fale com o seu médico. Um rastreio atempado pode fazer toda a diferença.

Tratamento da Doença Renal Crónica
A DRC não tem cura, mas pode ser controlada. Com o acompanhamento certo, é possível abrandar a progressão da doença, aliviar os sintomas e manter a qualidade de vida por mais tempo.
O que acontece nas fases mais avançadas?
Quando a função renal atinge níveis muito reduzidos (estádio 5), os rins já não conseguem desempenhar as suas funções vitais. Nesses casos, é necessário iniciar um tratamento de substituição da função renal, como:
- Hemodiálise – processo em que uma máquina remove toxinas e excesso de líquidos do sangue;
- Diálise peritoneal – tratamento feito em casa, através da introdução de um líquido na cavidade abdominal;
- Transplante renal – substituição de um rim doente por um rim saudável, proveniente de um dador compatível.
O tipo de tratamento será sempre decidido respeitando a individualidade de cada doente.